A imprensa internacional vem elogiando e tentando decifrar como Portugal se tornou a “exceção latina” na luta contra o covid-19.
Muitas são as razões que podemos apontar, começando pela posição geográfica, onde Portugal faz fronteira apenas com a Espanha, um dos países mais afetados pelo vírus no mundo, sendo que os casos de coronavírus em Portugal foram importados da própria Espanha e da Itália.
Conforme o jornal suiço Le Temps, Portugal aprendeu com seus vizinhos e procurou se proteger rapidamente, a começar pelo fechamento da fronteira com a Espanha, salientando que houve uma grande união de toda a classe política para se criar meios de evitar maior propagação do vírus, onde o Presidente do país, Marcelo Rebelo, teve total apoio de seus pares para poder aplicar o Estado de Emergência no terriório português quando o país contava com apenas 100 casos oficiais confirmados, limitando assim comércios, aglomerações e convívio social.
Mas aí se destaca um fator de maior importância na luta contra o coronavírus, o povo português.
Antes mesmo dessas medidas, muitos pais já não levavam seus filhos para a escola, a população já não saia às ruas, deixavam de realizar o que mais gostavam, tomar café nos comércios e ir a restaurantes, quando precisavam ir aos mercados procuravam manter uma distância segura de outras pessoas conforme recomendado pelos órgãos de saúde, comércios fechavam as portas devido a falta de clientes.
Foi realmente uma atitude formidável, uma grande demonstração de união, civilidade, disciplina e coragem, mas ainda temos muita luta pela frente.
O governo português também foi elogiado pelas suas medidas de humanidade, onde regularizou a situação de estrangeiros com pedidos de regularização pendentes no SEF, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para que todos possam ter acesso ao serviço de saúde como todo cidadão português.
O português sabe da seriedade do grave problema que a humanidade enfrenta, sabe a crise que o espera, mas sabe também que a crise ecônomica será passageira diante da morte que é definitiva, trazendo profunda dor para seus entes familiares e amigos, é uma questão de escolha.